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Ameaças

Pesca direcionada e incidental

As móbulas são alvo de pesca predatória em várias partes do mundo, principalmente devido ao alto valor de seus feixes branquiais, usados na medicina asiática. Em razão do tamanho que podem atingir, as demais partes do corpo também são aproveitadas de diversas maneiras: a carne serve para consumo humano ou como isca de pesca; a pele pode ser servida seca e frita; e a cartilagem é usada no preparo da sopa de "barbatana" de tubarão.

Devido à pressão da pesca dirigida e da captura incidental, as populações de móbulas sofreram declínio considerável nas últimas décadas. Todas as espécies estão atualmente classificadas em categorias de espécies ameaçadas de extinção.

Além disso, a interação com artefatos de pesca, podem causar estresse no animal (principalemnte em juvenis). E quando o instrumento  fica preso na nadadeira cefálica ou boca do animal, pode interferir na capacaidade de alimentção do mesmo.

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Salvador - BA (2020)
Fonte: Bucair et al., 2021

Comercialização de feixes branquiais

Apesar do consumo de carne de móbulas ser conhecido, a comercialização de seus feixes branquiais é o grande propulsor da captura destes animais. Na medicina asiática é consumido como tônico ou misturados à caldos e sopas, pois acredita-se que os filamentos branquiais possuem propriedades anti-inflamatórias, detoxificante e ativa a circulação sanguínea. Tal mito é oriundo da capacidade filtradora dos lóbulos (que por serem capazes de filtrar a água do mar, também poderiam ser capazes de filtrar as impurezas/toxinas/doenças do organismo humano). Além de tais propriedades não serem comprovadas, estudos recentes revelam a elevada concentração de metais pesados nestes produtos.

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Pesca Fantasma

Acontece quando algum apetrecho de pesca (como redes, linhas, anzóis e armadilhas), são abandonados, perdidos ou descartados no mar. Uma vez na água, esses equipamentos tornam-se um risco eminente à vida marinha, propiciando o enredamento dos animais. 

As redes e linhas são normalmente feitos de material plástico, que demoram a se deteriorar, o que agrava ainda mais a situação. Também funcionam como um tipo de isca viva, animais menores acabam se enredando nas artes de pesca à deriva e atraem animais maiores, que acabam feridos, mutilados e mortos de forma lenta e dolorosa.

Devido à pressão da pesca dirigida e da captura incidental, as populações de móbulas sofreram declínio considerável nas últimas décadas. Todas as espécies estão atualmente classificadas em categorias de espécies ameaçadas de extinção.

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Poluição

As móbulas são animais filtradores, e apesar de serem atraídas para áreas de grande produtividade e concentração de zooplâncton, não são seletivas. Acabam ingerindo uma enorme quantidade de detritos juntamente com o plâncton. O plástico, material de difícil e lenta deterioração, acaba se partindo em pedaços menores, chamado de microplástico, que por sua vez são retidos pelos lóbulos filtradores e ingeridos por animais filtradores, como as móbulas.

Outro fator importante a ser considerado é a qualidade da água, principalmente próximo à costa, onde o desenvolvimento urbano resulta, por vezes, na entrada de contaminantes e poluentes no ecossistema marinho.

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Leia mais: Microplastics on the Menu (Germanov et al. 2019)

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Atropelamento

As móbulas são animais marinhos particularmente vulneráveis às colisões com embarcações. Passam boa parte da vida próximos à superfície do oceano para alimentação ou termoregulando. E apesar de apresentarem uma alta capacidade de cicatrização, a colisão com embarcações pode causar lesões graves, sub-letais, mutilação e mesmo a morte dos animais.

É importante ressaltar a importância da pesquisa científica para a compreensão dos impactos da navegação sobre a fauna marinha e para o desenvolvimento de medidas de mitigação apropriadas e efetivas .

Alteração no equipamento de pesca, práticas de navegação seguras, redução da velocidade das embarcações, políticas de conservação, campanhas de conscientização podem reduzir os impactos, emaranhamento e a gravidade dos ferimentos nas móbulas e demais animais marinhos.

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Leia mais: Urban manta rays (Pate & Marshall 2020)

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